quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Enfim, em Terras Espanholas

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O atraso no vôo, devido ao mau tempo, fez com que nos restasse poucos minutos para pegar a conexão que nos levaria a Pamplona, cidade mais ao norte da Espanha e ponto de partida para os Pirineus.

Enquanto aguardávamos na fila da imigração Rosali e Chico discutiam justamente sobre isso: daria tempo de pegarmos a conexão?

Rogério calou-se de vez. Cansado? Talvez!

Ainda na fila fui apresentado a outro peregrino, Marlos, um curitibano de quarenta e poucos anos, um tanto quanto fechado, mas ainda assim simpático.

Conforme aproximava-se minha vez de passar pelo agente de imigração um temor tomou conta de mim: “E se não me deixarem entrar no país? Se acharem que sou um imigrante ilegal ou coisa parecida? E se...”

- El siguiente. EL SIGUIENTE! – gritou de dentro da cabine um homem atarracado, com olhar de mau e olhos coléricos pela minha demora em me aproximar.
- Pasaporte – pediu ele num espanhol gutural. Olhou para a foto e depois para mim. Mais uma vez. Fez uma cara de quem não está gostando do que vê. Checou as páginas vazias de vistos ou carimbos de entrada.
- ¿Que vino hacer aqui?

Nervoso e tentando entender o que aquele homem me dizia saquei minha credencial de peregrino e soltei numa só vez:

- Voy a hacer el Camino de Santiago.
- El siguiente. EL SIGUIENTE! – gritou mais uma vez o homem, fechando meu passaporte e credencial e gesticulando para que eu saísse da frente do guichê.

Pela primeira vez o Caminho me salvaria de problemas.
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