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Tivemos de correr feitos loucos para pegar a bendita conexão a tempo.
- Cadê minha mala?
- Pera Betão, deixe-me ver se está tudo ok com meu violão.
- Rogério, nós vamos perder a conexão.
Não perdemos! Entramos no jato de perqueno porte para mais duas horas de vôo somente depois de Rogério inspecionar cuidadosamente onde o funcionário da companhia aérea acondicionaria sua mochila e seu precioso violão.
O cansaço queria me vencer mas não deixei. Conversei mais um pouco com Chico e logo voltei a excitar-me:
- Rogério, olha que demais os moinhos eólicos por toda a montanha! (mal sabia eu que poucos dias depois estariamos cruzando estes mesmos eólicos a pé.)
O aeroporto de Pamplona parecia deserto. Parecia não... estava! Era sábado mas, ao que parecia, para eles tanto fazia. A diferença de temperatura entre o confortável ar condicionado do avião e o calor emanado da asfalto e do motor, deixaram-me com a sensação de estar numa daquelas pistas de pouso clandestinas no meio do México.
O saguão ficou literalmente vazio logo que os passageiros locais pegaram suas malas. Nada, ninguém! Nenhuma loja aberta. Perguntei-me: “Tá, estou aqui mas, e agora? Vou para onde? Faço o quê? Socorro!”
- Vamos dividir um táxi até o centro? – disparou Chico
Ufa, ainda bem que estamos com alguém que já fez o Caminho. Sra. Rosali sabia possivelmente como e o que fazer.
- Vocês têm pesetas (1) ?
Pesetas? Hum, cadê a casa de câmbio? Ah, ficou em Madri onde não tivemos tempo nem de fazer xixi. Ninguém as tinha!
- Será que o taxista não aceita dólares? – disse eu num ímpeto de resolver aquela pendenga.
Meia hora depois estávamos eu, Rogério, Chico, Rosali e Marlos na Praça del Castillo, no centro de Pamplona.
(1) Nota do Autor: No ano de 2000 o Euro ainda não tinha sido implantado. Os países ainda utilizavam suas respectivas moedas: Espanha – pesetas / França – francos / Itália – lira / Portugal – escudos e assim por diante.
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